Para encerrar as ações em prol da campanha Março Azul Marinho, na manhã do dia 27, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade que integra o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e está ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, realizou a roda de conversa com o tema “Qualidade de vida do paciente em tratamento de câncer colorretal”. O evento contou com a participação de especialistas, pacientes e a população em geral para falar sobre o tema e foi realizado no auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), em São Paulo.
O início do evento foi marcado por uma apresentação do grupo de teatro do Icesp. Para compor a mesa foram convidados: o coordenador da Oncologia Cirúrgica do Icesp, Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior; o chefe do grupo de Gastrointestinal da Oncologia Clínica do Icesp, Dr. Jorge Sabbaga; a enfermeira Estomaterapeuta, Rita de Cássia Freitas; e a enfermeira e paciente do Icesp, Jaqueline Germano. Como mediadores do evento estavam o coordenador de Relações Institucionais do Icesp, Felipe Godoy, e a coordenadora do Serviço de Reabilitação do Icesp, Munique Egle.
Os especialistas, Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior e Dr. Jorge Sabbaga, falaram sobre os tipos de prevenção, primária e secundária, com destaque para a mudança de hábitos como uma forma de diminuir a incidência da doença a longo prazo. Além disso, reforçaram a importância do rastreamento para chegar a um diagnóstico precoce, pois quanto mais cedo descoberto o câncer, maiores as chances de um tratamento menos agressivo ao paciente.
“70% dos casos advém dos nossos hábitos de vida, a nossa exposição aos fatores de risco, então se tivermos um hábito mais saudável é muito provável que a gente consiga diminuir a incidência da doença, é o que chamamos de prevenção primária”, reforçou o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior.
“Quando falamos de prevenção secundária, que refere-se a detectar precocemente a doença, isso tem grande utilidade no caso do câncer colorretal, pois é um dos meios que auxilia nas melhores chances de cura”, enfatizou o Dr. Jorge Sabbaga.
Em um relato emocionado, a paciente e enfermeira do Icesp, Jaqueline Germano, contou sobre sua experiência com a doença, em que destacou a importância do acesso ao tratamento e as dificuldades enfrentadas entre a aceitação do diagnóstico até as sessões de quimioterapia. “Em vários momentos do processo pensamos em desistir, mas temos que sempre lembrar que é um passo de cada vez, temos dias bons e ruins”, concluiu.
Ao falar sobre os cuidados com o paciente que necessita usar uma bolsa de ostomia temporária ou permanente devido o tratamento de câncer colorretal, a enfermeira Estomaterapeuta, Rita de Cássia Freitas, reforçou a importância de sempre mostrar que eles podem ter acesso à qualidade de vida com algumas adaptações no dia a dia. “É necessário sempre reforçar a importância da reinserção destes indivíduos em suas vidas sociais, não podemos limitá-los devido à ostomia”, enfatizou.
Ao final do evento, os participantes ganharam uma visita guiada no Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP) em que tiveram a oportunidade de conhecer um acervo belíssimo de obras de arte e ainda conhecer a vista do prédio para uma foto panorâmica.