No dia 11 de outubro de 2022, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada ao Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, realizou em parceria com o Instituto de Radiologia (Inrad), a Blitz da Saúde – Outubro Rosa, com o objetivo de conscientizar os colaboradores e prestadores de serviço das Instituições sobre a doença, seu tratamento e, principalmente, sobre a sua prevenção.
A palestra ocorreu em formato de bate-papo com a Médica do Setor de Mastologia do Icesp, Dra. Angela Francisca Trinconi da Cunha, que abordou as principais causas e sintomas do câncer de mama, as queixas, os riscos, sinais de alerta, principais exames e, por fim, respondeu às dúvidas dos colaboradores presentes na ação sobre a doença.
De acordo com o Chefe do Setor de Mastologia do Icesp Prof. Dr. José Roberto Filassi, “em 2021, o câncer de mama passou os números do câncer de pulmão, que é o mais comum entre os tumores malignos no mundo, por isso a importância das ações do Outubro Rosa para conscientização e prevenção. A importância do incentivo das equipes de mastologia, ginecologia e radiologia, na prevenção e diagnóstico precoce, auxilia nas chances de sobrevida.”
Após a palestra, os profissionais que identificaram sintomas ou sinais de alerta puderam se inscrever para uma avaliação com a equipe de especialistas da Mastologia na Instituição.
Outubro Rosa: Mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama.
O Outubro Rosa foi criado no início de 1990 quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, promovida anualmente. O período é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença, além de divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença.
“A ideia de ter um mês para enfatizar e alertar a todos sobre o câncer de mama, e a importância do diagnóstico precoce ajuda no tratamento e aumenta as chances de cura. Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura!”, enfatiza a Dra. Laura Testa, chefe do grupo de oncologia mamária do Icesp.
O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados no ano de 2020 em todo o mundo. No entanto, apesar desse olhar para o público feminino, é importante ressaltar que a doença pode atingir também os homens, já que eles têm glândulas mamárias e hormônios femininos, ainda que em quantidades menores quando comparadas às mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a incidência do câncer de mama masculino representa 1% do total de casos da doença. Mesmo que seja mais raro, o alerta e a prevenção não podem ser descartados, especialmente porque é algo pouco falado e o rastreamento não é indicado para homens.
Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade pela população mundial, em 2019, de 14,23/100 mil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
De acordo com o chefe do setor de mastologia do Icesp Prof. Dr. José Roberto Filassi, “diferente dos outros países, no Brasil, temos uma incidência alta de paciente com câncer de mama abaixo dos 50 anos, sendo entre 35% e 40% e abaixo dos 40 anos 15% dos casos, uma vez que o Ministério da Saúde incentiva a prevenção à mulheres acima dessa idade. A importância do incentivo das equipes de mastologia, ginecologia e radiologia, na prevenção e diagnóstico precoce mesmo em pacientes mais jovens, auxilia nas chances de sobrevida dos pacientes”, diz.