No dia 12 de agosto, o Icesp promoveu a 16ª edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira. A premiação tem o intuito de reconhecer as contribuições relevantes para o avanço no diagnóstico e tratamento do câncer, e celebrar àqueles que fazem a história da Oncologia no país, de acordo com as categorias: Pesquisa em Oncologia; Inovação Tecnológica em Oncologia; e Personalidade de Destaque em Oncologia.
A cerimônia contou com a presença de autoridades do Icesp como o Prof. Dr. William Nahas, presidente do Conselho Diretor; o Prof. Dr. Roger Chammas, coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO); o Prof. Dr. Luiz Kowalski, professor titular da Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); o Prof. Dr. Vicente Odone, professor emérito da FMUSP; o Prof. Dr. Marco Aurélio Kulcsar, chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço; o superintendente do Hospital das Clínicas da FMUSP, eng. Antonio José Pereira; e Joyce Chacon Fernandes, diretora executiva.
“Este Prêmio é fundamental para nós que nos preocupamos com a ciência no nosso país. Essa iniciativa é bastante fundamentada, prestigiada e muito importante para todos nós do Icesp. É um orgulho participar e ter o apoio da Folha”, afirma o Prof. Dr. William Nahas na abertura da cerimônia.
“É um privilégio para nós do Icesp recebermos o Grupo Folha e a todos vocês em mais um dia de celebração da ciência brasileira na pesquisa em Oncologia. O patrono do prêmio, Octavio Frias de Oliveira, falava que onde existe uma vontade existe um caminho. Eu tenho a impressão de que temos mostrado há 16 anos isso. Os nossos pesquisadores, apesar das dificuldades impostas pelo contexto em que vivemos, têm mostrado não só grande resiliência, mas também grande eficiência em trazer diferentes soluções para o câncer e como podemos aplicar os conhecimentos gerados para a saúde pública”, comenta o Prof. Dr. Roger Chammas.
Vencedores do XVI Prêmio Octavio Frias de Oliveira
O trabalho vencedor na categoria Pesquisa em Oncologia foi o intitulado “Identification of a novel alternative splicing isoform of the Hippo kinase STK3/MST2 with impaired kinase and cell growth suppressing activities” (Identificação de uma nova isoforma de splicing (obs: Itálico) alternativa da cinase Hippo STK3/MST2 com atividades de supressão de cinase e crescimento celular prejudicadas, em tradução livre).
A pesquisa foi realizada por uma equipe do Instituto de Química da USP, com colaboração de pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês e da Universidade de Nova Iorque, e o prêmio foi recebido pelo pesquisador Alexandre Bruni-Cardoso.
“Fazendo pesquisa básica, comparando células normais e malignas, encontramos um processamento diferencial para RNA que dá origem a uma proteína, esse processo se chama splicing alternativo. Essa versão da proteína foi encontrada em células malignas em quantidade muito maior do que em normais e em amostras de pacientes com câncer. Agora a ideia é aprimorar esses estudos para termos um novo biomarcador ou até mesmo um novo tratamento baseado nessa descoberta”, explica Alexandre Bruni-Cardoso.
Na categoria Inovação Tecnológica em Oncologia, o trabalho premiado do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Câncer de Barretos, e chama-se “Otimização do Rastreamento do Câncer Colorretal Através da Análise por PCR Digital em Gotas de Fusobacterium nucleatum em Amostras de Teste Imunoquímico Fecal”. Um dos co-autores, José Guilherme Datorre, representou a equipe e recebeu a premiação.
“Vimos a necessidade de melhorar a precisão na colonoscopia, um método altamente invasivo que pode trazer riscos e muitas vezes é realizada em pessoas que não necessitavam fazer este exame. Pensando no rastreamento do câncer colorretal pelo exame de sangue oculto nas fezes vimos uma maneira de melhorá-lo e definir aqueles que realmente precisam fazer colonoscopia. Isso se deu por meio da bactéria Fusobacterium nucleatum, presente em tumores que tendem a ser mais agressivos, e não respondem muito bem aos tratamentos”, explica o pesquisador José Guilherme Datorre.
Por fim, na categoria Personalidade de Destaque em Oncologia, a vencedora foi a Profa. Dra. Maria Paula Curado, premiada pela contribuição na área de epidemiologia do câncer.
“É uma honra estar aqui e agradeço a todos que me escolheram. Quando se fala das iniquidades na saúde no Brasil, especificamente com relação ao câncer, o que vai além da desigualdade social é a educação, principal fator. Temos que criar estratégias de informação em saúde. Uma população educada vai reduzir as desigualdades. É preciso ensinar além das Universidades, desde a escola, de uma forma simples e palatável para que se possa realmente informar as pessoas”, finaliza a premiada Profa. Dra. Maria Paula Curado.











