Médicos do grupo de Urologia do Icesp marcaram presença no Congresso Americano de Urologia, realizado este ano, no estado do Texas, nos Estados Unidos. É o maior e mais importante evento da área, do mundo, e reúne pessoas de vários países para trocas de experiências, atualizações científicas, apresentação de trabalhos e debates sobre os assuntos mais atuais do tema.
Os profissionais do Icesp apresentaram dois trabalhos, sendo um sobre o desfecho oncológico em pacientes submetidos a nefrectomia parcial com margens positivas. Nele, foram avaliados pacientes que fizeram uma nefrectomia parcial (procedimento cirúrgico que remove o tumor renal) e ficaram com margem positiva (quando o tumor é retirado, mas células cancerígenas ainda permanecem no local).
O estudo concluiu que pacientes que tinham margem positiva evoluíram com mais risco de recidiva da doença, do que aqueles que passaram pelo procedimento e ficaram com margens negativas (quando o tumor é retirado e não há vestígios de células cancerígenas no local).
De acordo com o coordenador da equipe de Urologia Cirúrgica do Icesp, Dr. Maurício Cordeiro, que dirigiu ambos os estudos, é importante que no momento da nefrectomia, o cirurgião não deixe margem positiva, pois o risco da doença voltar é alta.
O segundo estudo consistiu em uma avaliação da expressão de PTEN e TMPRSS2 em pacientes em vigilância ativa (pessoas com câncer de próstata que não fazem tratamento, apenas o acompanhamento da doença, pois o tumor é pouco agressivo ou muito pequeno).
Eles analisaram as alterações genéticas PTEN e TMPRSS2, presentes nas biópsias dos pacientes, e tentaram correlacionar com os resultados dos exames de ressonância magnética multiparamétrica. O objetivo era relacionar estas informações e saber se o paciente tem um risco maior ou não de, ao longo do seguimento da doença, sair da vigilância ativa por progressão do câncer. Entretanto, não foram encontradas correlações.
Segundo o Dr. Maurício Cordeiro, apresentar estes estudos é muito importante, pois contribui com o avanço da medicina. “Além da assistência, que é extremamente importante para a instituição, nós também temos uma função: fazer pesquisa e ensino. Temos que ensinar nossos residentes e alunos a produzirem estudos e pesquisas, pois é por meio deste caminho, que o Icesp e a Faculdade de Medicina da USP lideram posições importantes na América Latina”, finaliza o coordenador da equipe de urologia cirúrgica do Instituto.