Em setembro de 2022, um grupo de pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada ao Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, recebeu o Prêmio Pitanga Santos, prêmio máximo dado em reconhecimento ao mérito e originalidade do melhor trabalho da especialidade, realizado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), durante o 70º Congresso Brasileiro de Coloproctologia, que aconteceu no Rio de Janeiro.
O trabalho de pesquisa submetido foi o intitulado “Endoscopia Confocal (pCLE) na avaliação da resposta clínica completa durante estratégica de watch and wait após neoadjuvância para adenocarcinoma de reto”. Consta de uma análise realizada em pacientes com tumores de reto médio e distal, que foram submetidos ao tratamento neoadjuvante com quimioterapia e radioterapia, no intuito de diminuir a lesão, para que, com a redução do tumor, possa ser realizado um procedimento menos invasivo. Após oito semanas do tratamento, é feito um novo estadiamento, para avaliar a resposta terapêutica, através do toque digital, retoscopia e ressonância magnética. Porém, estes métodos têm uma baixa acurácia diagnóstica.
Diante disso, propôs-se utilizar a endomicroscopia confocal como método complementar, através de uma sonda a laser, que passa por dentro do canal do endoscópio. Esta metodologia proporciona uma imagem em tempo real com magnificação de 1000 vezes e, portanto, maior possibilidade de avaliação das criptas e dos vasos sanguíneos, distinguindo-se, com maior acurácia, as características malignas ou cicatriciais.
Para a Professora Livre Docente em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do Departamento de Gastroenterologia da USP e Médica Assistente do Serviço de Endoscopia do Icesp, Profa. Dra. Adriana Vaz Safatle-Ribeiro “foi uma honra muito grande receber essa premiação, com um trabalho em que podemos ser mais precisos no diagnóstico de resposta clínica completa e, consequentemente, na orientação da melhor conduta e estratégia terapêutica, evitando-se, em muitos casos, uma intervenção cirúrgica e permitindo a preservação do órgão, enfatizou” .
Além da Profa. Dra. Adriana, participaram do estudo o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Júnior; Prof. Dr. Fauze Maluf-Filho, Prof. Dr. Sérgio Carlos Nahas e os Drs. John Lata; Luciano Lenz; Marcelo Simas de Lima; Fábio Kawaguti, Elisa Ryoka Baba, Gustavo Andrade de Paulo; Renata Nobre Moura; Caterina Pennacchi, Bruno da Costa Martins, Carla Gusmon, Sebastian Geiger; Ricardo Uemura; Caio Sérgio Nahas; Carlos Frederico Marques; Antônio Rocco Imperiale; Guilherme Cutait de Castro Cotti.