Foi promovido no Icesp um talk show em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, em 14 de março. Esta edição foi especial de 10 anos e contou com o tema “A essência das mulheres que cuidam”. O evento reuniu profissionais de diferentes áreas da saúde para compartilhar histórias inspiradoras, desafios e conquistas na trajetória do cuidado.
Mediado pela diretora executiva do Icesp, Joyce Chacon Fernandes, que foi homenageada na ocasião, o evento contou com a apresentação da coordenadora do Centro Integrado de Humanização do Icesp, Maria Helena Sponton.
O Icesp teve a honra de receber convidadas muito especiais: a professora titular da Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Profa Dra. Ludhmila Hajjar; a diretora de Corpo Clínico do Icesp, Profa. Dra. Maria del Pilar Estevez Diz; a médica psiquiatra e coordenadora do Comitê de Reabilitação Psicossocial da Sociedade Brasileira de Psico-oncologia (SBPO), Dra. Ana Lucia Paya Benito; e a fisioterapeuta e fundadora do Portal Vai Por Mim, Roberta Perez.
O talk show foi dividido em blocos temáticos, intercalados por apresentações de vídeos e um bate-papo com perguntas às convidadas abordando temas diversos. Durante a ação também foram compartilhados dados que evidenciam o papel fundamental das mulheres no Icesp, elas representam 73% dos colaboradores da Instituição. Além disso, 67% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
O início do evento contou com depoimentos das participantes sobre suas trajetórias profissionais e abordou a importância da escolha das mulheres por carreiras em campos profissionais majoritariamente masculinos.
“Nós estamos chegando a ocupar espaços que antes na nossa história tínhamos uma dificuldade muito grande. Tivemos um avanço nas últimas décadas, mas os números indicam que ainda estamos atrás. Somos a minoria nos cargos de liderança e nas posições de CEO; ganhamos em torno de 20% a 25% a menos e ainda tem as diferenças de gênero e raça. Cada vez mais temos lutado. Nossa luta por igualdade e chances iguais é secular e vai continuar sendo. Estes momentos são para refletirmos, dizermos que vale a pena e que nós vamos conseguir”, reflete a Profa. Dra. Ludhmila Abrahão Hajjar.
Também foram abordadas as demandas de saúde mental das mulheres: “Os quadros de depressão e ansiedade são mais prevalentes na população feminina, por isso é importante falar do autocuidado, porque muitas vezes pensamos muito em cuidar do outro e deixamos de pensar em nós mesmas, sempre privilegiando os demais. Independentemente de sermos mães ou pais, todos nós educamos e convivemos em sociedade, por isso é fundamental passar a estimular as mulheres no autocuidado, já que frequentemente se negligenciam nesse sentido”, comentou a Dra. Ana Lucia Paya Benito.
Foram discutidas ainda ideias sobre o trabalho de cuidado e as diversas formas nas quais as mulheres desempenham o papel de cuidadoras, além dos desafios diários que enfrentam.
“Esse é um momento muito importante de reflexão, o Dia Internacional da Mulher, para pensarmos sobre o nosso papel e como podemos seguir em frente, para termos uma sociedade mais justa e inclusiva. Isso só é possível se nos enxergarmos, nos respeitarmos de uma maneira muito profunda e entender que nós fazemos parte do cuidado, mas não somos as únicas pessoas que podem promovê-lo, e estimular os demais a fazer parte disso”, comenta a Profa. Dra. Maria Del Pilar Estevez Diz.
Foram tratados também assuntos, como sobre cuidado pessoal, além da aparência, com o foco na saúde, especialmente para mulheres que dedicam a sua atenção a outras pessoas. Além disso, discutiram sobre o impacto do cuidado feminino na sociedade, com uma reflexão sobre a sobrecarga que algumas mulheres enfrentam em suas rotinas.
“Sou fisioterapeuta de formação e muito desse cuidado que a mulher tem, eu tinha com os meus pacientes. O meu autocuidado era algo bem superficial; ia ao médico só quando adoecia. Fazia quatro anos desde meu último exame, nunca pensei que isso pudesse acontecer, mas eu recebi um diagnóstico de câncer de mama. De repente eu me vi como paciente. Fiz quimioterapia e tive que entender o meu papel, dei minha vida nas mãos dos médicos, só que tinha alguma coisa que eu precisava fazer, seja na alimentação, atividade física, tive que incorporar esse autocuidado no momento mais difícil da minha vida. Precisei mudar porque minha vida estava nas minhas mãos, não só na dos médicos. Experimentei esse autocuidado na minha jornada de paciente, foi muito gratificante e hoje priorizo na minha vida, em todas as minhas escolhas, minha qualidade de vida”, comentou Roberta Perez.
Ao final do evento houve a entrega, pelo setor de Humanização, de lembrancinhas aos colaboradores que estavam presentes: um escalda-pés, para promover um momento de relaxamento.
“Vocês fazem a diferença na vida dos pacientes e dos seus familiares, e todos sempre falam muito bem dos colaboradores do Icesp. Então continuem assim, com essa garra, vontade, felicidade e simpatia. Continuem a cuidar dos nossos pacientes e dos seus familiares com todo o amor”, comenta ao final da ação Maria Helena Sponton.
“Este ano nós resolvemos tratar do tema cuidado para disseminar ainda mais o movimento institucional, para que as pessoas se sintam vistas. Saibam que todas as mulheres são observadas nesta instituição, pois é fundamental que todas se sintam cuidadas. Hoje, falamos também sobre igualdade humana e que ela possa estar presente em nosso dia a dia. Espero que o Icesp possa ter mais 10 anos de talk show”, finaliza a Diretora Executiva do Icesp, Joyce Chacon Fernandes.