Foi publicado no site da revista científica Scientific Reports um artigo de pesquisadores do Icesp. Intitulado “Oncolytic alphavirus-induced extracellular vesicles counteract the immunosuppressive effect of melanoma-derived extracellular vesicles” (Vesículas extracelulares induzidas por alfavírus oncolítico neutralizam o efeito imunossupressor das vesículas extracelulares derivadas de melanoma, em tradução livre), contou com a colaboração de cientistas estrangeiros e do Instituto, incluindo a participação do coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, Prof. Dr. Roger Chammas e da pesquisadora no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, Luciana Nogueira de Sousa Andrade, que liderou o projeto.
O estudo explora como a viroterapia oncolítica pode impactar o conteúdo e a função das vesículas extracelulares (EVs) de células de melanoma e do sistema imune. Os cientistas queriam entender o impacto de uma terapia utilizando vírus oncolíticos no tumor, pois ele teria um certo tipo de preferência pela célula cancerígena. Os pesquisadores então buscaram entender o impacto dessa terapia na doença e no tecido como um todo, através da secreção de estruturas chamadas vesículas extracelulares pelas células tumorais em resposta à infecção.
O vírus foi produzido e modificado em laboratório, em um tratamento in vitro, que não foi aplicado em seres humanos. Futuramente tem se a pretensão de realizar em um modelo translacional, buscando a aplicabilidade real do conhecimento. Toda a análise das células in vitro foi feita no Icesp, com a colaboração de um aluno internacional da pós-graduação, Dr. Darshak K. Bhatt.
“O projeto foi liderado pelo Icesp. Nós cooperamos internacionalmente, mas temos muita competência interna para tomar a frente e desenvolver este tipo de projeto. Além disso, temos o aprendizado, trazemos essa perspectiva de ter pessoas de fora trabalhando aqui, e aprendemos com eles. Nós lideramos o processo como um todo e percebemos que estamos em igualdade com os colegas da Universidade de Groningen, na Holanda, de Sorbonne, na França e do Hospital Mount Sinai, de Nova Iorque. Aprendemos muito e compartilhamos conhecimento. Existe uma competência instalada, que estamos buscando alinhar para poder cumprir a nossa missão da maneira o mais global possível. Isso melhora o treinamento aqui no Instituto, já que os alunos estão expostos e desafiados a trabalharem no ambiente internacional”, explica o Prof. Dr. Roger Chammas.
Com base nos resultados encontrados, a expectativa é que os conhecimentos adquiridos possam ter impacto em outros projetos.
“Quando pensamos nos pilares do Icesp e, acredito que a pandemia deixou isso muito claro, nós dependemos muito da ciência e do conhecimento científico, somos capazes de fazer ciência muito bem. Com a internacionalização, ambos os lados só têm a ganhar. A ciência muda muito rápido, e essa temática do trabalho, por exemplo, é uma muito nova em ciência básica e aplicada. Quem sabe, nós consigamos melhorar cada vez mais a resposta do tumor ao tratamento. Eu acredito que o ganho para a instituição, no maior hospital oncológico da América Latina, é gerarmos este conhecimento, fazermos translação, para termos aplicação a médio e curto prazo, e tentar chegar ao paciente”, finaliza a pesquisadora Luciana Nogueira de Sousa Andrade.
Para mais informações, acesse o link.