O médico assistente da equipe de Cuidados Paliativos do Icesp, Dr. Henrique Canosa, teve um artigo científico seu publicado em periódico médico, a RAMB (Revista da Associação Médica Brasileira), publicação oficial da Associação Médica Brasileira (AMB), direcionada a profissionais do Brasil e da América Latina.
O artigo “Brazilian PENSA protocol: practical guide to difficult communication” (Protocolo PENSA brasileiro: guia prático para comunicação difícil, em tradução livre), trata a respeito de como os pacientes devem ser orientados pela equipe de saúde sobre seu diagnóstico, de modo a entender sua doença, tratamento, prognóstico e impacto em suas vidas e de suas famílias a partir deste momento. O texto foca especialmente na comunicação assertiva de momentos difíceis e como comunicar más notícias.
“O protocolo PENSA surgiu por meio da necessidade de algum protocolo brasileiro de comunicação de notícias difíceis. Cada letra funciona como uma etapa. Foi pensado para ajudar os profissionais da saúde a terem uma comunicação mais efetiva com familiares e pacientes”, esclarece o Dr. Henrique Canosa.
O significado do acrônimo PENSA é: P—Preparação; E — Escuta empática; N—Notícia difícil; S—Síntese; A – Ação. A preparação, por exemplo, envolve aspectos como o preparo de um local reservado e alinhamento entre todos os profissionais.
A escuta empática abrange contato visual, tom de voz e comunicação não-verbal, buscando a criação de vínculo com o paciente. Já o aspecto de “Notícia difícil” envolve a notícia de fato, sempre buscando comunicar de uma maneira cautelosa e com linguagem acessível para facilitar o entendimento, além da realização de pausa e oferta de tempo para o processamento dos eventos e para esclarecimento de dúvidas.
Logo após chega-se à etapa da síntese, com um resumo do que foi abordado e planejamento. E finalmente, o momento da ação, que compreende a explicação das ações que serão realizadas a seguir.
“Os profissionais de saúde, de uma forma geral, não têm uma formação para a comunicação. É muito importante que eles tenham ferramentas e bases para que não haja nenhum tipo de ruído e isso acabe por gerar algum conflito”, explica Dr. Henrique Canosa.
O artigo reforça a importância das equipes estarem bem alinhadas e de um processo estruturado na comunicação. Isso se dá especialmente porque as emoções podem alterar a percepção e o recebimento de uma notícia sobre a saúde, e os estágios de um processo cuidadoso podem ajudar a compreensão da situação para enfrentar as fases do tratamento.
Para mais informações e baixar a edição da revista, acesse o link