No dia 8 de agosto, o Icesp em parceria com o Grupo Folha, realizou a cerimônia do XV Prêmio Octavio Frias de Oliveira. A tradicional premiação anual visa estimular a pesquisa científica na esfera da prevenção e do enfrentamento ao câncer e é dividida em três categorias: Personalidade de Destaque, Pesquisa em Oncologia e Inovação Tecnológica em Oncologia.
Os vencedores em cada categoria são apontados por uma comissão composta por representantes do Icesp, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); do Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); da Academia Nacional de Medicina; da Academia Brasileira de Ciências; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) e da Folha de São Paulo. Todos os trabalhos finalistas foram publicados em importantes periódicos científicos como o Scientific Reports.
O evento foi conduzido pela repórter da Folha de S. Paulo, Cláudia Collucci e a abertura contou com as falas do Presidente do Conselho Diretor do Icesp, Prof. Dr. William Nahas, e do Secretário de Redação da Folha de S.Paulo, Vinicius Mota.
“Em seus 16 anos de história, o Icesp se consolidou como referência no atendimento oncológico do país, com elevada qualidade técnica, desenvolvendo pesquisas e atividades de ensino em todas as áreas relacionadas à oncologia. Com esta trajetória que tanto nos orgulha, nos reunimos para celebrarmos com aqueles que fazem a história da Oncologia no Brasil”, destaca o Prof. Dr. William Nahas.
O diretor técnico da Divisão de Oncologia do Icesp, Prof. Dr. Paulo Hoff, presidente da 15ª edição da premiação, enviou uma mensagem para a abertura em que abordou a importância e significado do Prêmio Octavio Frias de Oliveira para o Instituto e para desenvolvimento da ciência, e parabenizou os vencedores.
Na categoria “Pesquisa em Oncologia” o vencedor foi o estudo “Linking tumor immune infiltrate and systemic immune mediators to treatment response and prognosis in advanced cervical cancer” sobre biomarcadores para prever a eficácia de tratamento para o câncer do colo do útero, realizado por pesquisadores do Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.
O trabalho analisou o perfil imunológico de pacientes com câncer do colo do útero antes de receberem quimiorradioterapia. Aqueles que responderam positivamente ao tratamento apresentavam uma maior quantidade de células de defesa. Os resultados indicam que a quantidade e a localização dessas células no tumor, assim como o perfil imunológico sanguíneo, podem atuar como biomarcadores para prever a eficácia do tratamento do câncer cervical.
Na categoria “Inovação Tecnológica em Oncologia” a pesquisa vencedora foi a do Hemocentro de Ribeirão Preto/USP, intitulada “Potencializando a Imunoterapia com células NK: Desenvolvimento de um novo vetor NK-CAR.19 coexpressando o complexo IL-15/IL-15Ra, resultando células NK independentes de IL-2 e com alto efeito antitumoral in vivo”. O estudo trata sobre a terapia com células CAR-NK (de natural killers, linfócitos inatos que têm atividade antitumoral), uma alternativa mais acessível para o tratamento de neoplasias hematológicas do que o tratamento com células CAR-T.
Representando a equipe vencedora nessa categoria, estava a bióloga Virginia Picanço e Castro, que explicou em vídeo sobre o impacto da pesquisa: “Acho que o maior impacto, se tudo vir a dar certo, até a finalização do estudo clínico é que você tem uma terapia mais acessível. Uma manufatura NK-CAR pode atender a vários pacientes, diferente da CAR-T que uma manufatura é apenas para um paciente.”
A Personalidade de Destaque desta edição foi o Prof. Dr. Gilberto Schwartsmann, que recebeu a honraria por suas contribuições na área de Oncologia Clínica, com ênfase na educação médica humanizada, e pelo incentivo à pesquisa de compostos antineoplásicos inovadores.
A cerimônia contou com a presença de autoridades, como o Prof. Dr. William Nahas, presidente do conselho diretor do Icesp; o Prof. Dr. Roger Chammas, coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp; o Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri, professor titular de radiologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); o Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Jr., coordenador médico da oncologia cirúrgica do Icesp; e Joyce Chacon Fernandes, diretora executiva do Icesp.
O encerramento da cerimônia contou com a fala do coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Icesp, Prof. Dr. Roger Chammas. Em seu discurso ele agradeceu ao Grupo Folha, a FAPESP, CNPq e CAPES pela parceria e salientou ainda a importância do incentivo à ciência no Brasil.
Sobre as possibilidades de avanços em pesquisas ele completa: “Essa é uma oportunidade única, para expandir a nossa atividade junto às empresas, para fazer a ciência gerar desenvolvimento e gerar valor que seja útil para os nossos pacientes. Tenho a percepção de que vamos ter mais 15 edições desse prêmio. Esse é um ponto alto para nós do Instituto do Câncer porque nos ajuda a perceber que aquilo que buscamos fazer, de fato estamos conseguindo atingir. Estamos conhecendo muitos e muitos parceiros para novas iniciativas de pesquisa, não só na nossa instituição, mas com a nossa comunidade como um todo”, finaliza.